quinta-feira, 10 de abril de 2008

E PROIBIDO? PORQUE?



Várias são as controvérsias no que diz respeito a esse ato. Mas o que ele tem de tão repulguinante ou de tão vil e desprezível a ponto de ser legislado como uma coisa horrenda, diabólica e pervertida? Ah! Mas há aqueles que não fazem uma leitura tão depravada desse ato.
Geralmente para entendermos qual conotação que uma determinada expressão ganha no seio de uma sociedade, devemos entender em qual contexto ela se encontra, se numa sociedade conservadora, ganha contornos bem recatados ou pejorativos, se numa sociedade libertinária, ganha conotação de liberdade de algo que pode ser praticado sem constrangimento algum.
Numa legislação canibal, por exemplo, não há nada de errado em alimentar-se da carne de seu semelhante, entre os silvícolas que ao nascerem filhos deficientes ou gêmeos, aqueles são mortos por não satisfazerem as necessidades e o ideal de um caçador ou algo afim e dentre estes é escolhido um para morrer e outro continua vivo, pois os dois jamais poderão viver conforme os ritos e costumes de tal tribo. Isso para nossa civilização que se diz civilizada é algo inconcebível. Como “instruídos” que somos e pela cultura que temos, devemos como “seres humanos” jamais praticar tais coisas. Ficamos chocados com tais atitudes, mas do ponto de vista antropológico nos maravilhamos das diversidades culturais existentes.
Citei estes exemplos para tentar chocar o leitor, a abrir sua mente e deixar de ser egocêntrico e perceber que voamos na mesma espaço nave chamada Terra, com milhares de costumes e modos evidenciando uma gama de alteridades. Logo o que é “Reto” o que é de “Direito” para alguns, torna se uma completa profanação para outros.
Muitas vezes provocamos uma tempestade em um copo d´água com coisas fúteis da vida cotidiana. Nem precisa ser a matança de um dos gêmeos, mais coisas simples como tomar banho de sabonete, usar tênis, calça jeans, gravata, óculos escuros, músicas...Beijos. Beijos?... – sim, beijos.
A muitas denominações religiosas que fazem a maior tempestade num copo d´água com temas considerados supérfluos, o fazem baseando seus pontos de vistas no presente, (já que as normas e regras que eram pra reger tais denominações encontra-se no passado.)
Há denominações que proibiram seus adeptos de usar o sabonete para tomar banho com o pretexto que o sabonete era coisa do diabo, usar tênis, calça Jeans é uma depravação condenada com a proibição da entrada no Céu. E a velha e conhecida gravata?! Essa a maioria das religiões usam, uma vestimenta que caiu na graça de todos e essa ao contrario de outras espécimes vestimentas todos devem usar, sob pena severa de perder o Céu.....eheheh que cômico. Mas sabemos de onde surgiu a gravata? Entre outras teorias temos que foi um homossexual que deu origem a tal peça de vestimenta, mas a história “oficial” vem de uma guerra entre franceses e croatas onde esses usavam longos lenços no pescoço sendo isso o surgimento da gravata.
Sabendo que o homossexualismo é combatido pela maioria esmagadora das religiões é um tanto contraditório proibirem, por exemplo, a calça Jeans que foi “inventado” por trabalhadores de uma mina e liberarem a gravata que tem suas raízes numa guerra (algo horrendo) ou ainda origens no homossexualismo, algo abominado pelas religiões. E geralmente a gravata faz parte de indumentária maior que conhecemos como Terno, onde a sociedade religiosa também adotou seu uso.
Tudo isso é muito ambíguo e paradoxal, pois proíbem vestimentas Bíblicas tais como Talit, Kipa,Tzitzit (este Jesus usava, esta registrado em Mateus 9:20) e uma gama de variedades bíblicas de vestimentas e liberam roupas modernas e ainda condenam ao fogo dos infernos aqueles que vestem roupas bíblicas e levam ao paraíso aqueles que vestem roupas modernas. Mas veja bem, roupas modernas mais liberadas pela liderança aquelas que eles (os lideres) usam, e ai de um infeliz que estiver em comunhão e esquecer em casa sua gravata de bolinha.
Óculos escuros, só podem daquele modelo determinado. Aquele um que geralmente um oculista recomendou para o líder, daí como não tem como proibir mais o uso de óculos abre pra todos usarem, mas só “daquele modelo” o modelo hang loose e afins é coisa do capeta.
Muitos proíbem todo tipo de música profana e mundana dentro do seio da comunidade, musica pagã nem pensar, mais em suas coletâneas musicais tem melodias e letras de origem totalmente divergente do contexto religioso, tais como melodias de Beethoven, Heendel sem mencionar melodias e letras patrióticas que narram e faz apologias a guerras e invasões. Dizem que podem ser usando nas reuniões somente músicas sacras desconhecem totalmente a origem de tais músicas. Isso parece piada.
Mais e o BEIJO?... Esse sim é um elemento de variadas e infindas controvérsias, há aqueles que preferem ver o diabo em sua frente, a saber, que um membro de sua comunidade beijou alguém, um beijo é pintado como um dos maiores vilões das tentações e pecados. Já outros liberam beijar a vontade, pois enquanto o Pastor esta pregando estão lá atrás um casalzinho se beijando, se é pecado beijar é outros 500, mas que é falta de ética e educação fazer tal coisa em uma solenidade, sobre tudo quando esta sendo lida as Escrituras Sagradas, na minha opinião e falta grave.
Na minha opinião deve ser evitado todo e qualquer contado que conduzirá a um mal maior, liberdades e libertinagens só trarão problemas sobre tudo aos jovens solteiros, isso dentro dos padrões biblicamente estipulados (se bem que há uma enorme variação de interpretações do que é um padrão biblicamente estipulado, pois muitas vezes não é padrão bíblico, outro sim, é apenas uma imposição da liderança, e ai do imbecil que não observar).
Mas em se referindo ao casal de namorados (palavra esta execrada por muitos) ou noivos, aqueles que mediante compromisso com D´us e a comunidade se determinam ao matrimonio, eles podem se beijarem? Isso é um pecado vil e depravado? Se algo dessa natureza acontecer estão fadados a perderem as bênçãos e o galardão?
Que fique claro que estou me referindo ao casal que sua determinação é o casamento inclusive com datas marcadas para as cerimônias e afins. Não me refiro aos casaizinhos que sem nenhum compromisso se encontram por lugares ermos e se entregam a libertinagem e liberdades excessivas. Nem tão pouco me refiro aos casais que mesmo com data marcada se entregam a tais dissoluções.
Logo mediante tal justificativa me refiro ao Beijo de maneira recatada, por exemplo, numa despedida, numa ausência por curta ou longa data e afins, tal fato pecado? É passível de condenação bíblica? Um abraço com lagrimas nos olhos pela saudade que corta os corações provoca excitação? Uma mão no ombro pode ser lido como libertinagem? Um beijo no rosto, ou na boca como queiram ainda chorando naquela cena “romântica” vai fazer com que o casal se excite e perca a salvação?
Sei muito bem que tais coisas praticadas numa penumbra são o prenuncio de algo que poderá complicar-se e desandar para uma possível perversão. Mas e se praticadas como o parágrafo acima diz, é contravenção da lei?
Diz-me um casal de noivos que nunca se beijaram antes do casamento? Ou que ao menos nunca colocou seu braço nos ombros de sua prometida ou prometido. Fazendo o casamento de tal casal não estamos consolidando “pecados” ocultos? Não seria melhor que tais coisas fossem praticadas a vista de todos? (Ei, estou dizendo a respeito de abraçar numa despedida, com beijos e também sobre por as mãos no ombro, não faça outra interpretação).
Lemos na Torah ou Pentateuco (Gênesis 29:11) uma história muito interessante com contornos emocionantes, que é a história de Jacó, que quando foi embora da casa de seu pai por ter enganado o velho e também a seu irmão, foi em busca da parentela de sua mãe, e ao encontrar-se com pastores que lhe mostraram a Raquel uma parenta sua, ficou tão emocionado e feliz e gostou tanto ta moça (mais tarde casou com ela) que abraçou e a beijou.
E agora? Nossa ele beijou ela! Praticou um ato depravado!...Será? Podemos fazer várias leituras juntamente com vários teóricos a respeito desse fato. Entre outros temos os que dizem que o beijo dado por Jacó em Raquel foi em sua mão, outros dizem que foi no rosto e a quem diga que foi na boca, e os mais neutros dizem que não há como definir onde foi o beijo. (esses são os que sobem no muro para não se comprometerem) se bem que no relato em Gênesis não há referência de onde que foi o beijo.
Mas de fato houve a consumação de um beijo, e o mais legal e emocionante que foi aquele dado com lágrimas que retrata um sentimento puro, não um sentimento devasso, mas um sentimento de “Obrigado Meu D´us”, encontrei alguém que me faz feliz, alguém que vai me completar e a recíproca será verdadeira.
E como fica agora o fato de um beijo ser tão execrado de modo que é inadmissível sua consumação? Para fazer de um beijo um vilão tão grande, devo compreender que, Jacó errou e feio ao beijar sua futura esposa. Supondo que o beijo foi na face, há prerrogativas para proibir o jovem casal de noivos se beijarem pelo menos em ocasiões especiais? Penso que não.
O problema todo não é o beijo mais a interpretação e a conotação que damos com nossas próprias convicções ao ato e se temos uma leitura de que isso é algo desprezível será difícil colocar em nossa mentalidade que é algo sublime e passível de ser algo bom e permitido por D´us. O beijo, o abraço e o carinho não são os problemas o problema e a interpretação e o uso que fazemos dele.
Tentar explicar para um protestante que repudia o uso trajes bíblicos/judaicos nas cerimônias religiosas e faz uso de ternos e gravatas em suas reuniões, que aqueles são permitidos por D´us, será tão abstruso quanto explicar aqueles que veja no beijo um ato devasso, desprezível, passível de condenação. É sabido que em certas circunstâncias o beijo, o abraço, o carinho será aquele que vai como um elo unir ainda mais o jovem casal.
O divisor de águas em tudo isso que foi dito é a citação bíblica que nos diz: “Obedecei aos vossos Pastores...” Pois pegando ao pé da letra, uma determinação “pastoral” mesmo sendo um “Ponto de vista” pessoal ou não teria que ser obedecida, mesmo se tal ordenamento vier com nuances déspotas.
E agora? Não sei o seu mais meu ponto de vista esta expresso nessas linhas. Não vejo crime algum no fato de numa despedida ou mesmo perto dos demais colocar as mãos sobre os ombros da pessoa amada, ou mesmo dar lhe um suave beijo de despedida.
Fico porem intrigado e por vez em dúvida de qual atitude tomar, se uso óculos Hang Loose (óculos escuros) que a bíblia nada menciona ou adequo-me aos ditames controvertidos das religiões; se tomo banho com sabonete ou sabão de soda (quando morava no sitio era só desse que tinha...rs); se ouço musica sacra (porem de raiz duvidosa) ou um belo chorinho ou musicas clássicas; se na lacuna da Lei beijo a pessoa amada ou obedeço aos critérios adotados por convencionamento.
Tudo isso é difícil e chega a dar nó no pensamento. É uma carga muito difícil que colocam para se enveredar pelos caminhos religiosos onde todos os lideres tem a pretensão de dizer em alto e bom som que tudo que fazem e dirigido pelo Espírito Santo, mesmo quando estão em total e pleno desacordo com os mandamentos das Santas Escrituras.
Ah! Isso é apenas um ponto de vista desta pessoa que abaixo assina, não deve ser seguido... não sou líder....ehehehehehhe

Um comentário:

Odair José disse...

Grande Gimerson...
Lendo esse texto me lembrei das inúmeras vezes em que conversamos sobre diferentes assuntos... vejo que sua capacidade de reflexão tem sido desenvolvida e, com isso, possibilitando que outras mentes possam parar e refletir sobre esses assuntos... encontrei em muitas das suas falas aqueles nossos diálogos o que muito me alegra...