segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Perdão? Porque? Pra Que(m)?


            Um adágio diz: “depois que inventaram o ‘por favor, desculpa e perdão’, ninguém mais fez nada, e nem mais apanhou”.

            Todas as palavras são carregadas de significados, e há uma infinidade de teóricos que as conceituam na tentativa de chegar o mais próximo possível de um sentido concreto e pertinente.

            Vemos pessoas pedindo perdão a torta e a direita, como se tal palavra constituísse uma carta branca para errar, e esta palavra é uma das primeiras de seus “vastos” vocabulários, de auto eximição de responsabilidades.

            Característico destas pessoas é a sensação de dever cumprido, ao menor sinal de que deram uma mancada ou com os burros n´agua, a palavra “perdão” vem automaticamente na boca, constituindo dessa forma uma “consciência tranqüila”: pronto, já pedi perdão.

            Mas o que vem a ser um pedido de perdão eficaz, e um aceite sincero?... Basta abrir a bocarra e como num passe mágica dizer as palavras cabalísticas e tudo estará resolvido? Porque que as pessoas pedem perdão?

            O pedido de perdão seria por reconhecimento de um erro... E como se repara um erro? Simplesmente com uma crisezinha de consciência pegar o telefone, ou mandar um email com os maravilhosos dizeres: “Te liguei pra te pedir perdão”, por si só estas palavras resolvem tudo?... Parece que pra maioria das pessoas a resposta é sim. E ainda muitas dizem: “minha parte eu fiz, pedi perdão... se ele não aceitar que se fuck”.

            Ou seja, estou de bem com D´us, Ele manda pedir perdão, eu pedi... Agora estou livre de qualquer cobrança de D´us... É amigos, as pessoas pedem perdão hoje com medo de D´us, com medo de receber uma represaria e raríssimas vezes pedem perdão realmente arrependidos...

            Lembre-se que D´us não da à mínima pra teu pedidozinho de perdão, se o usares como válvula de escape para teus erros, e estará na roça mais ainda se usares a palavra perdão desprovida de arrependimento e de honestidade só pra ter um alívio de peso de consciência ou crise momentânea de identidade.

            Como chegamos a essa conclusão?... Analise: um pedido de perdão não pode ser verdadeiro e sincero só da boca pra fora, (fala que me ama, só que é da boca pra fora) como se fosse um ato de transferência de responsabilidade... Mas tem que ser nas ações e atitudes. É muito fácil pedir perdão, mais fácil ainda é abrir a boca e dizer: “eu perdôo”, porém as atitudes é que serão os frutos destas ações, ou seja: perdão se pede por palavras, se mostra com ação e se perpetua na atitude.

            Um pedido de perdão vazio de atitudes e ação só nos mostra que foi um pedido falso, desprovido de sinceridade. Não há como se arrepender, pedir perdão e continuar com atitudes mesquinhas e egoístas do tipo virar a cara, passar ao largo, virar na outra rua, fingir que não é comigo, excluir, não responder ou corresponder buscas de proximidades.

            Uma grande tolice está em aceitar pedidos de perdão fútil só no intuído de mascarar situações, ou de “ajudar” o pedinte a ficar de bem com D´us ou com quem quer que seja, pois o pedido frívolo só satisfaz o ego do pedinte e não ajudara em nada relação alguma, porém cobrirá com uma mascara uma situação doentia e maléfica.

            Não me venha com palavras frívolas sem nexo e contexto pedir perdão se tuas atitudes não condizem com teu pedido. Mostre-me teu pedido de perdão pelas tuas atitudes, e lhe mostrarei minhas atitudes pelo teu pedido de perdão.

            É triste ver as pessoas pedindo perdão para verem-se em paz consigo mesmas, e não buscam proporcionar ao ofendido a mesma paz. Isso é um egoísmo ao extremo,

            Quer ser perdoado(a), faça com ações, atitudes. Quer dar perdão, faça-o com sinceridade.

Texto: Gímerson F. Souza

Foto: google imagem

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